- por José Noce
Neste último domingo, dia 29 de
Maio, eu e alguns camaradas fomos jogar Paperhammer
na Ocupação do CRJ – Centro de
Referência da Juventude. O local foi ocupado por estudantes
que reivindicam a sua imediata abertura para o público jovem, dada a morosidade
da Prefeitura de Belo Horizonte na entrega do mesmo.
O espaço é gigantesco, sem contar
que fomos muito bem recebidos pelos manifestantes. Chegando lá, encontro alguns
amigos do Swordplay que foram mais
cedo, para o seu treino dominical, aproveitando o amplo Espaço Arena. Eles já estavam
bem entrosados com o pessoal da ocupação, muito interessado nesta modalidade de
hobby que envolve Cosplay e luta com espadas de espuma.
Terminado o treino, nos reunimos para a nossa partida de Paperhammer, que é uma variação do jogo Warhammer 40k, só que usando miniaturas de papel. Muita gente ficou
também interessada em participar, e a nossa jogatina contou com um grande
número de iniciantes, para a nossa satisfação.
Depois do jogo, o nosso pessoal
começou a debandar, mas acabei ficando um pouco mais e trocando uma idéia com
os manifestantes. Quando pude conhecer melhor a causa pela qual eles lutam. Os manifestantes afirmam que o prédio do CRJ
é uma obra faraônica da Prefeitura, com vários indícios de superfaturamento.
Por exemplo, eles apontam que nas notas fiscais de compra do mobiliário do
local, cada cadeira individual saiu por dois mil reais! Devem ser de ouro, né? Isso
entre outras coisas a serem averiguadas. O local, originalmente, foi concebido
como um espaço para abrigar atividades culturais públicas para a juventude de
15 a 29 anos. Ele conta, além da Arena, com um grande auditório, cantina,
banheiros, elevador, salas de reunião, salões de exposição, um estúdio de
gravação, biblioteca e gibiteca. Tudo para acesso popular, pelo menos na teoria.
Pois, o que de fato acontecia lá, segundo eles, eram eventos privados de grandes
empresas particulares. E enquanto isso, a Prefeitura coloca todo tipo de entrave burocrático
para a entrega do prédio.
Só que mais do que simplesmente reivindicar,
os manifestantes também põem a mão na massa! Eles que se organizam para manter
a limpeza do local e fazem a sua própria alimentação. E sempre visando à
preservação do patrimônio, que é um bem comunitário. Além disso, eles também
organizam várias atividades culturais lá dentro, já que esse é o propósito para
qual o Centro foi criado. Por isso, o pessoal ficou muito satisfeito por
levarmos nossas atividades para lá também. Teve gente, inclusive, quase implorando
pra jogar RPG! Fica ae a dica pros Mestres afim de montar grupo. Jogador lá é
mato!
A Macunaíma Games se solidariza com a Ocupação CRJ. Mesmo com nossas diferenças ideológicas, podemos nos
reunir em prol da luta pelos direitos dos estudantes e da classe trabalhadora. Por
esta razão, desejo sucesso para a luta destes estudantes pelo direito dos
jovens à cultura, valor este tão temido pelas elites, principalmente nos dias
de hoje. E mais: aos domingos, sempre que possível, estarei lá jogando, com
novatos ou veteranos, seja o Paperhammer,
RPG ou algum dos jogos de minha autoria, como o Golpe de Estado, para contribuir culturalmente com esta causa.
Se você quiser conhecer mais
sobre a ocupação, acesse a Página da Ocupação CRJ.
Confira também algumas fotos do
nosso jogo na Página da Macunaíma Games.
Parabéns pela matéria.
ResponderExcluirValeu Felipe. Após a vitória da Ocupação, está sendo construído um seminário para o uso democrático do CRJ. Pra quem quiser participar, será dias 5 e 6 de agosto, à partir das 9:00. Inscrevam-se por este link: https://goo.gl/gtHQns
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